A Bioquímica da Defesa

O sistema imunológico consome uma quantidade enorme de energia e substratos durante uma infecção. A proliferação clonal de linfócitos T e B (a multiplicação rápida das células de defesa) exige síntese acelerada de DNA e proteínas. Sem micronutrientes específicos, esse processo trava.

Zinco: O Sinalizador Intracelular

O Zinco não é apenas um “tijolo” na construção de células; ele é um mensageiro.

• Dedos de Zinco (Zinc Fingers): O zinco é componente estrutural de fatores de transcrição chamados “dedos de zinco”, que se ligam ao DNA e permitem a leitura de genes essenciais para a divisão celular e maturação de células imunes.
• Inibição Viral: Em concentrações intracelulares adequadas, o zinco inibe a enzima RNA polimerase dependente de RNA, dificultando a replicação de diversos vírus de RNA.
• A Importância do Ionóforo: Para entrar na célula e exercer essa função antiviral, o zinco muitas vezes precisa de um “ionóforo” (transportador). Polifenóis como a Quercetina e o EGCG (presente no Matchá da nossa fórmula) atuam como ionóforos naturais de zinco.

Selênio e as Selenoproteínas

O Selênio é incorporado em proteínas na forma de selenocisteína. O genoma humano codifica 25 selenoproteínas, sendo a mais famosa a Glutationa Peroxidase (GPx).

• Controle de Danos Colaterais: Quando neutrófilos atacam bactérias, eles liberam uma tempestade de radicais livres (burst respiratório). Isso mata a bactéria, mas pode danificar o próprio tecido pulmonar ou vascular. A GPx usa o selênio para neutralizar o excesso de peróxido de hidrogênio, protegendo o hospedeiro do “fogo amigo”.
• Virulência: A deficiência de selênio no hospedeiro pode induzir mutações em vírus, tornando-os mais virulentos (agressivos), como demonstrado em estudos com o vírus Coxsackie.

Vitamina C: Além do Resfriado

A Vitamina C (ácido ascórbico) acumula-se em fagócitos (células que “comem” patógenos) em concentrações até 100 vezes maiores que no plasma.

• Quimiotaxia e Fagocitose: Ela melhora a capacidade dos neutrófilos de migrar até o local da infecção e engolfar os invasores.
• Reciclagem: A Vitamina C oxidada pode ser reciclada pela Glutationa, criando um sistema antioxidante robusto. A presença de bioflavonoides (de fontes naturais como Acerola e Camu Camu) aumenta a biodisponibilidade e a meia-vida da Vitamina C no organismo, impedindo sua oxidação rápida antes de ser absorvida.

A sinergia é clara: o Zinco permite a criação do exército, a Vitamina C dá mobilidade e proteção às tropas, e o Selênio impede que a guerra destrua o campo de batalha (seu corpo).

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Referências Bibliográficas

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2. Dabbagh-Bazarbachi, H. et al. (2014). “Zinc ionophore activity of quercetin and epigallocatechin-3-gallate: from Hepa 1-6 cells to a liposome model”. Journal of Agricultural and Food Chemistry. Disponível aqui.
3. Beck, M.A. et al. (2003). “Selenium deficiency and viral infection”. The Journal of Nutrition. Disponível aqui.
4. Carr, A.C. & Maggini, S. (2017). “Vitamin C and Immune Function”. Nutrients. Disponível aqui.