Magnésio: A Ciência da Absorção e o Fim da Deficiência Silenciosa
Por Dr. Lucas M. - Pesquisador Biomédico
Colaborador Nuture
A Crise do Solo e a Deficiência Subclínica
O magnésio é o quarto mineral mais abundante no corpo humano e atua como cofator em mais de 300 reações enzimáticas, incluindo a síntese de proteínas, controle da glicose no sangue e regulação da pressão arterial. No entanto, vivemos uma “epidemia silenciosa”. Devido às práticas modernas de agricultura intensiva, o solo tem sofrido uma depleção sistemática de minerais. Um estudo comparativo mostrou que o teor de magnésio em vegetais caiu cerca de 25-80% nos últimos 50 anos.
O resultado é uma população cronicamente deficiente, apresentando sintomas inespecíficos como fadiga, irritabilidade, cãibras e insônia, que muitas vezes não são detectados em exames de sangue padrão (já que apenas 1% do magnésio corporal está no soro sanguíneo).
A Farmacocinética das Diferentes Formas de Magnésio
A suplementação oral enfrenta um obstáculo principal: a biodisponibilidade. O magnésio inorgânico (como o óxido) reage com o ácido clorídrico estomacal, transformando-se em cloreto de magnésio e água, mas com uma taxa de absorção final baixíssima (cerca de 4%), frequentemente causando diarreia osmótica.
Para contornar isso, a ciência nutricional avançada utiliza a quelação: ligar o íon de magnésio a uma molécula orgânica (aminoácido ou ácido orgânico) para facilitar o transporte através da barreira intestinal.
1. Magnésio Bisglicinato: A Via da Glicina
Nesta forma, o magnésio é quelado a duas moléculas de glicina. Como a glicina é um aminoácido inibitório no sistema nervoso central (atuando em receptores NMDA), esta forma possui uma sinergia única.
- Mecanismo: A absorção ocorre via dipeptídeos, evitando a competição com outros minerais nos canais iônicos.
- Aplicação Clínica: Padrão-ouro para redução de ansiedade, melhora da arquitetura do sono e tratamento de dores neuropáticas, devido à sua capacidade superior de atravessar a barreira hematoencefálica.
2. Magnésio Dimagnésio Malato: O Ciclo de Krebs
O ácido málico é um intermediário vital no Ciclo de Krebs (ou Ciclo do Ácido Cítrico), a via metabólica central para a produção de ATP (adenosina trifosfato) nas mitocôndrias.
- Mecanismo: Ao fornecer malato junto com magnésio, otimiza-se a respiração celular. O malato facilita a entrada do magnésio na mitocôndria.
- Aplicação Clínica: Estudos indicam eficácia superior no tratamento de fibromialgia e fadiga crônica, pois atua diretamente na “fome energética” do tecido muscular.
3. Magnésio Taurato: Cardioproteção e Estabilidade
A taurina não é utilizada para síntese proteica, mas é o aminoácido livre mais abundante no coração, retina e cérebro.
- Mecanismo: A taurina modula o fluxo de cálcio dentro e fora das células (homeostase do cálcio), prevenindo a excitotoxicidade (morte celular por excesso de estímulo).
- Aplicação Clínica: Pesquisas sugerem que o taurato de magnésio é a forma mais eficaz para arritmias, hipertensão e proteção vascular, além de possuir ação antioxidante direta.
Conclusão: A Importância do “Blend”
A biologia humana é complexa e as demandas teciduais variam. Enquanto o cérebro pode demandar mais bisglicinato para regulação de neurotransmissores, o músculo cardíaco e esquelético se beneficia mais do taurato e malato. Uma estratégia de suplementação inteligente não foca apenas na “dose diária recomendada” (RDA), mas na entrega diversificada de vetores de absorção para cobrir todo o espectro fisiológico.
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Referências Bibliográficas
- Cazzola, R., et al. (2020). Going to the roots of reduced magnesium dietary intake: A tradeoff between climate changes and sources. Heliyon.
- Firoz, M., & Graber, M. (2001). Bioavailability of US commercial magnesium preparations. Magnesium Research.
- Shrivastava, P., et al. (2018). Magnesium taurate attenuates progression of hypertension and cardiotoxicity in DOCA-salt hypertensive rats. Molecular and Cellular Biochemistry.
- Abraham, G. E., & Flechas, J. D. (1992). Management of Fibromyalgia: Rationale for the Use of Magnesium and Malic Acid. Journal of Nutritional Medicine.
- Schuette, S. A., et al. (1994). Bioavailability of magnesium diglycinate vs magnesium oxide in patients with ileal resection. Journal of Parenteral and Enteral Nutrition.
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